Quando alguém lhe pede alguma coisa, por que muitas vezes é tão difícil dizer não?
Em nossas entrevistas, costumamos perguntar aos candidatos o que eles acham que precisam desenvolver em si próprios ou na sua formação. Se eles conhecem esses pontos, e estão fazendo algo para resolvê-los, então os pontos a desenvolver são pontos fortes em potencial. Se eles os desconhecem, ou, se os conhecem, não fazem nada a respeito, então eles são apenas pontos fracos.
Entre os pontos mencionados, um que aparece com certa frequência é o da dificuldade em dizer “Não”. Isto quer dizer que no afã de ser simpático aos colegas, ou de ser disponível para a chefia, ou simplesmente de querer ajudar, o profissional aceita encargos adicionais que acabam por sobrecarregá-lo, às vezes às expensas das próprias obrigações. Por isso, a sua sensação de que precisa reduzir ou eliminar essa tendência. Não estamos falando aqui do favor ocasional que prestamos a alguém, mas daquela pessoa que vai encaixando todas as tarefas e problemas de todo mundo.
Acreditamos que a principal razão da dificuldade em dizer “Não” é a grande satisfação associada ao dizer “Sim”.
O “Sim” faz de você um cara legal, boa gente. O “Sim” mostra que você é alguém com quem se pode contar. O “Sim” é correspondido com um sorriso, um “Deus lhe pague”, uma promessa de retribuição. O “Sim” dá prazer.
Mas o “Sim” tem o preço do depois. O “Sim” representa encargos, responsabilidade e, normalmente, mais trabalho. A carga adicional pode assoberbar e interferir na execução das suas próprias tarefas, ou roubar o tempo que é seu ou da sua família.
Já o “Não” não traz sorrisos nem abraços, e, talvez, choque um pouco quem o ouve. Mas, tende a gerar mais respeito pelo seu trabalho, pelo seu tempo e por você mesmo.
O quão mais seca for a resposta, melhor, desde que com educação. Longas explicações acabam anulando os efeitos positivos do “Não” e deixam as portas abertas para futuros pedidos.
O “Não” mantém a responsabilidade onde ela deve ficar, principalmente em questões que não têm a ver com a missão da empresa. E, no caso do chefe, estabelece limites que precisam ser respeitados.
O “Não” não é para fracos: ele exige autoconfiança, valorização do seu tempo e a certeza de que seu trabalho está sendo bem feito. E também pressupõe que você mesmo não é do tipo que vive pedindo favores para os outros!
Um abraço a todos!